terça-feira, 16 de abril de 2013

Superliga Masculina - O que está acontecendo com o nosso vôlei??

O que mais fora dito durante toda a temporada da Superliga Feminina de Vôlei é que o Solly/Nestlé Osasco tinha montado um time gálatico para a temporada, o que não pode ser negado, mas o RJX também foi criado para ganhar título e ser o melhor, com o time titular - menos o central Riad - todo na seleção, ninguém questiona a formação do time.

Sesi e RJX tem os maiores investimentos da Superliga Masculiga, o Sesi só não é melhor na competição por não contratar grandes estrelas para o time, mas ainda sim tem jogadores da seleção em seu elenco, agora RJX pouco preocupado com recursos investe pesado e tem mais é que vencer qualquer competição que participe.

Depois da final entre RJX x Sada Cruzeiro, neste domingo, FINALMENTE um patrocinador - no caso Sada - entrou em contato com a CBV dando o ponto de vista de sua "classe", pois já perdemos vários patrocínios importantes e nada foi feito para mudar essa baterna que está a parceria CBV/Globo.

Boatos que a Globo não irá transmitir a competição na próxima temporada, GRAÇAS A DEUS, os fãs de vôlei merecem mais do que transmissões das semi-finais e finais na tv aberta.

Vejam o e-mail:

"Prezados Ary, Renato, Fábio e demais
dirigentes do vôlei nacional,

Parabéns a vocês da CBV. Atingiram todos
os objetivos fixados para esta Superliga.
Venceram, mesmo entre vitimas que terão,
agora, que enterrar.

Deixo-lhes algumas ponderações tardias
que deveria ter tido a coragem de fazer no
ano passado, mas que a vitória e minha
saúde me dissuadiram em fazer:

- 6 atletas de seleção num time com
orçamento de R$ 17 mi

- 5 atletas de seleção num time com
orçamento acima de R$ 12 mi que é
mantido por contribuição sindical
compulsória, por força de lei, inclusive da
minhas empresas. Recursos destinados
legalmente e estatutariamente ao amparo
social e educacional dos trabalhadores e de
seus filhos.

- o trabalhador da minha empresa não torce
pelo Sesi, torce pelo Sada; não é amparado
pelo Sesi, e se vê a disputar contra o SESI.
Minhas empresas contribuem ao SESI por
força de lei, nossos fundos são doações
expontaneas e comerciais. Um patrocinador
privado investe no que é sustentável, não
numa loucura sem parâmetro econômico e
responsabilidade social, certamente não
para enfrentar que tem recursos sem
limites, desviados das finalidades
constitucionais.

- CBV, com seus equívocos, conseguiu
realizar uma divisão nítida no vôlei
brasileiro. Um vôlei bilionário,
estratosférico, sem compromissos com
gastos, que pode pagar mais que times
russos, poloneses, italianos e arrematar
toda a seleção; outro vôlei barnabé cujos
patrocinadores, intimidados, fogem
espantados por tanta irracionalidade.

- Os times por imposição de CBV/Globo não
possuem nome, quem decide o nome
ridiculo do time é a rede que levou os
direitos televisivos, sem pagá-los aos
clubes. Pelo menos, pagasse para fazer o
que quer!, mas é de graça.

- Não existe premiação de entrada e de
resultado, nem direitos de televisionar. Se
Não tem espaço na grade de programação,
também não existe vontade de CBV se
acordar com mais canais de tevê (mesmo
de graça como é com a rede Globo (?), unica
titular. Globo cobra para ceder a
transmissão para outros canais?

- Nem meu time, dispondo do atrativo de
títulos nacionais e internacionais conseguiu
algum patrocinador. Perdeu ou BMG que
pagava suadamente R$ 600 mil por uma
temporada inteira. Não se sentiu retribuido
pelo titulo mineiro, nacional, Sul
Americano! Imagine os demais times o que
podem esperar nessa situação.

- a final da Superliga se disputa numa
manha de domingo. A grade não permite
outra solução. A rede de tevê determinou,
ponto final. No exterior é a melhor de 3 ou
de 5 jogos, aproveitando a importância da
decisão para dar retorno aos patrocinadores
e satisfação aos torcedores, vender
camisas, dar visibilidade a quem investe.

- CBV distribui ajudas ao clube que quiser,
sem transparência, impessoalidade e
proporcionalidade, deveres de uma entidade
que recebe recursos públicos?

- Bancos patrocinadores que investiam no
vôlei, não investem mais em atletas e
quadras, forrados de BB. BB não dá nada
aos clubes.

- Os patrocinadores da Superliga e da
Seleção são os mesmos. Pagam para
patrocinar a Seleção e levam a Superliga de
troco. Nisso os times nada recebem.

- Hoje no final do jogo, na tevê, os
comentaristas comemoravam que agora
começa o circuito mundial . “ACABOU”
Superliga, até com regozijo. Rio se
consagrou o templo do vôlei do dinheiro.
Unilever+Sky e EBX.

- Ficarão em quadra durante os próximos 5
meses, apenas 12 atletas milionários de 2
clubes apenas, enquanto 300 atletas e
centenas de técnicos  estarão sem
remuneração, perdendo apartamentos, e
vivendo uma agonia cíclica de 6 meses de
inatividade absoluta e constrangedora.

- Ao escutar esse triunfalismo me deu
vontade de chorar, sabendo o que isso
significa para o mundo do vôlei, centenas
de famílias na inseguranças e de jovens na
desorientação.

- o próximo jogo do Sada será em final de
setembro ou outubro, depois de 6 meses de
inatividade. Pagaremos salários e despesas
de 20 atletas e técnicos profissionais,
aguardando que CBV reinvente a cada ano
uma nova ilusão de Superliga, rejuntando
os cacos dos cacos da anterior.

- os clubes são culpados. Acreditam em
papai Noel.

- Os patrocinadores não atenderão ao
telefone dos clubes até outubro. O clube se
desintegra por inercia, por “não existir”
durante 7/8 meses, por não ter o que fazer.

- Insisto na tese de alguns analistas desse
mundo do vôlei que culpam o equivocado
projeto do Sesi/SP – que deveria investir
suas verbas de forma impessoal e
proporcional para filhos de trabalhadores e
seu lazer. Gerou-se com a invasão um vôlei
milionário, disparatado, no meio do vôlei
tupiniquim no qual Cimed fazia sucesso e
formava atletas.

- Havia um campeonato “Paulista” tão
importante e disputado quanto Superliga.
Entrou Sesi e em São Paulo o vôlei
enfrentou uma rápida decadência, os times
foram desmantelados: SBC, Pinheiros, Volei
Futuro, São Caetano, Santo André, Medley
e, fora de SP, o glorioso Cimed mais meia
duzia desistiram de sobreviver.

- Quem faz as contas antes de entrar em
disputa e considera a existência do Sesi e
de seu orçamento galático desiste de
competir, só tem direito em sonhar num
bronze. SESI pode pagar 2 vezes mais de
quanto um time russo oferece e 3 vezes
mais de quanto um primeira linha do Brasil
consegue. O RJX, nem se fala, será
campeão pelo resto da decada, pois Sesi usa
mal seu dinheiro.

- a falta de competitividade assola a
Superliga, nunca será um torneio de grande
importância que possa beneficiar um
numero maior de pessoas e levar grande
alegria aos jovens e torcedores. É um
modelo sem sustentabilidade, eivado de
absurdos.

- Depois de 4 temporadas de Sesi, o que
sobrou? O RJX, com 50% mais de orçamento
(!) do que o próprio SESI. Os atletas da
seleção se dividem entre eles. A próxima
Superliga já tem finalistas decididos e
campeão garantido.

- Mais logico a CBV pedir ao Senat, Senai,
Sesc, Senar, Sest, Sebrae, Sescoop, IEL,
Abdi, Apex,etc disputar entre si uma
Superliga Sindical milionária com 100% de
atletas da seleção. O jogo vai ficar mais
parelho, mais justo, mais competitivo entre
iguais que pode usar dinheiro de
contribuições sindicail compulsória como
metralhadora.

- como amante do vôlei segurei minhas
lagrimas várias vezes, frente a tantas
incongruências, achando que Deus
premiaria sempre quem disputa com o
coração e com esportividade, mas o vôlei do
dinheiro sem limite chega a ser imbatível.

- Os clubes são frágeis e, mais devastados
ficam, ao fim de uma Superliga como essa
que sagrou a “seleção brasileira” campeão
do torneio do tostão contra o bilhão.

Absurdo e irreal.

Vittorio Medioli"

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